quinta-feira, 28 de junho de 2012

Nova vida a cada vento.

Blog da imagem

Cada sonho que tenho, vejo ter um novo motivo, não por que um novo sonho é simplesmente um novo sonho, mas por que a cada novo sonho posso encontrar um novo horizonte.
Não, não fico oscilando de perspectiva pra perspectiva, mas encontro em um novo horizonte uma possibilidade mais prospera do sonho se tornar realidade.
Não, não  acredito numa distante utopia, mas acredito que a cada dia, a cada experiência que tenho, a cada erro e tropeço que por ela passo, encontro então novas trilhas que não posso trilhar, e cada ato bem sucedido a caracterização de um passo mais firme, saio do mundo das idéias e entro no mundo concreto, onde as coisas, não são perfeitas mas, possíveis, tangíveis e sensíveis.
Cada  buraco passado é sabedoria para não voltar no mesmo lugar, assim uma nova dica de um caminho que não devo andar, menos um empecilho para meu caminho.
A cada passo contrário que der longe de meu sonho, não significa o sonho mais distante, mas um acordar dum sonho platônico e ilusório, se aproximando do sonho  real, limitado, mas real, imperfeito mas tangível. 

terça-feira, 12 de junho de 2012

Amor platônico e o jogo do amor.


Blog que a imagem foi retirada.
Era um dia frio do mês de junho, de longe ele a olhava e muito embora não a conhecesse sentia seu coração sincronizar-se ao dela naquele pranto matutino, seus olhos brilhavam e faltavam poucos graus para que suas lagrimas petrificassem antes mesmo de chegarem ao queixo. Mas as lagrimas não perdiam muito calor pois a fumaça que evaporava do chocolate quente da moça não permitia, com a xícara próximo ao seus lábios, virava o rosto inclinando a cabeça, apertava as pálpebras ou olhava o vazio balançando a cabeça, enquanto ele corria a vista para aquele rostinho meigo sem perceber, o jornal que ele olhava sumiu  de sua frente diante daquela cena.
Os demais clientes do café preferiram assentar-se dentro da loja aquecida para proteger-se do frio e mesmo com leve vento que acrescentava a sensação de alguns graus a mais, a moça não se movia da mesa externa.
Como nenhum outro dia, aquele momento sob aquelas circunstancias poderia parecer uma um presente do destino, afinal, não era um dia qualquer, era dia dos namorados e por nenhum outro motivo o executivo sairia em plena quinta feira de um expediente normal, para comprar jornal se não fosse pela inspeção do corpo de bombeiros que exigiu o esvaziamento do prédio depois de um tremor suspeito.
Sem imaginar o porque de seu sofrimento se aproximou da donzela.
– Espera alguém? Perguntou-a com a primeira frase que veio à cabeça, com as mãos pronto a para puxar a cadeira.
Reclinando a cabeça para esconder suas lagrimas a moça respondeu-o prontamente.
– Por favor deixe-me sozinha.    
– Desculpe minha indiscrição, mas não pude deixar de notar, como pode uma moça tão linda em pleno dia dos namorados nesta lamúria tão triste? Tamanha graciosidade –continuou– nunca deveria estar neste frio tão solitária. Por favor deixe-me sentar, quem sabe posso ajudá-la?
Com as mãos envolvidas no calor da xícara, respondeu-o com voz baixa.
– Você não pode me ajudar. –Correu seus olhos rapidamente sobre o rapaz que a observava compadecido.
Já sentando-se ele insistia.
– Logo os bombeiros terminarão o trabalho que estão fazendo no prédio em que trabalho, eu vou ter que voltar, não sei se você vem aqui todos os dias, mas esta é a primeira vez que venho neste café, normalmente peço para ,minha secretária buscar algo para mim, então provavelmente não nos veremos novamente, se quiser, desabafe, vai lhe ajudar.
Enxugando o rosto ela sentiu-se melhor com o empresário que a olhava interessado em conhecer sua dor.
– Obrigado, normalmente as pessoas não olham para os lados, principalmente para alguém chorando.
– Mas eu olhei, aliaz não há como não notar uma moça tão linda como você.
– Você está tentando me confortar...
– Eu garanto que não, melhor dizendo, de certa forma sim, mas você é realmente vislumbraste!
Soltou a garota um sorriso pequeno. E o rapaz continuou.
– A propósito, João Paulo. Estendeu a mão para comprimenta-la.
– Karine.
– Muito prazer Karine, conte-me, o que te faz tão triste?
– Esse deveria ser um dia muito especial pra mim...
– E por que não está sendo? Não agüentava o homem de curiosidade.
–Era agosto, e minha família tinha ido passar uns dias na fazenda de um colega, meu pai estava de férias e como não podíamos viajar por causa de minhas aulas e de minha mãe que também trabalhava, faltei uns três dias na escola e minha mãe pediu um pequeno recesso,  foi apenas uma semana, mas o suficiente pra tudo começar...
– Foi aqui mesmo? Interrompeu ele.
–Não, em Goiás.
– A sim, continue.
– A fazenda era linda, tinha uma plantação de ipês-amarelos muito grande e estava na época da floração, como eram uma família tradicional, as arvores plantadas por seu avô ainda jovem eram um patrimônio a mais da fazenda, a paisagem toda amarela era como estar num mar de ouro pintado pelo criador. Nos fundos passava um rio de água cristalina, era um verdadeiro paraíso, podiam-se ver os peixes por sobre as pedras e alguns galhos que caíram na água. Por volta das dezoito horas, meus resolvemos ir pescar, eu já conhecia o filho dos donos de vista, mas ainda não tinha conversado. Ao chegarmos no riacho ele me convidou a segui-lo pois queria me mostrar algo, subimos um pouco, eu ainda não tinha visto, então ele me levou a cachoeira, não era muito grande, tinha apenas uns três metros de altura e uns dois de largura, com algumas falhas entre elas, foi engraçado, ele me perguntou-me se já tinha visto algo assim, eu respondi que não, “não existe isso na selva de pedras onde eu moro”, ele sorriu, e não demorou muito para que começasse a gostar dele, mas não aconteceu nada, então completou-se o tempo de nossa estadia e tivemos que voltar, tentava não pensar mas era impossível, aquele Oasis no ano em que a escola estava mais difícil, já concluindo o ensino médio, lembrar das férias improvisadas era lembrar dele também e pra minha surpresa depois de uma semana que voltamos ele ligou para falar comigo, e assim ficamos conversando pelo telefone, ele mandava presentes, certa vez chegou até a comprar flores naturais através de um site que tinha sede aqui na cidade, e o tempo foi passando, e quando completavam-se nove meses que conversávamos ele veio me visitar, eu não acreditei quando o vi, estava na faculdade e era intervalo, de repente, minhas amigas levantaram-se e me deixaram sozinhas na mesa, não entendi nada até que um garçom se aproximou e entregou-me um bilhete, ao abrir fiquei mais pasmada ainda, era um pedido de namoro, olhei para os ladas não via ninguém quando me virei rumo a porta, lá estava ele, com um buque nas mãos e vindo em minha direção, não tinha quem não olhasse, foi incrível, então começamos a namorar, ele mudou-se pra cá e transferiu a matricula da universidade, pra resumir a estória nos apaixonamos, ele não foi meu primeiro namorado mas foi o que mais marcou, não ficávamos um dia sem nos ver, quando ele estava muito ocupado, apenas o via quando passava para me levar a faculdade, mas o final de semana já tinha programação, nós dois juntos, não tinha o que não quisesse que ele não buscasse para me dar ou me presenteasse, nossos gostos mais pareciam um cardápio, com as mesmas receitas e mesmas singularidades. Então, a cerca de um ano atrás, no aniversário de nosso namoro ele pediu-me em casamento, mas eu não preciso nem dizer qual foi minha resposta.
– Não mesmo. Disse o rapaz envolvido na estória.
– Tudo começou quando decidimos construir nossa casa, eu tinha pensado num modelo, e inclusive paguei o arquiteto para desenhar a planta, não queria obriga-lo, apenas levei minha idéia, mas a rusticidade dele parecia não condizer com a pessoa que havia conhecido a três anos antes. Desde então, ele não mais me tratava da mesma forma, pereceu mudar tanto que nem das mesmas coisas ele gostava mais. Restavam um mês para nosso casamento, quando marcamos, pensamos em programar para hoje mas a casa não estaria pronta a tempo e adiamos em um mês. Hoje cedinho não agüentei esperá-lo e resolvi ligar, mas não atendia, peguei meu carro e resolvi fazer surpresa pra ele, fui até seu apartamento estacionei meu carro, e fui até a portaria falar para o porteiro que não avisasse a ele, eu estava com seu presente na mão mas nem ligaria se ele não tivesse comprado ainda, foi aí que meu mundo desabou, ao avisar o porteiro tive a chocante notícia; “Ele disse que estava saindo de viagem e voltaria dentro de dois ou três dias”. E não acreditava no que tinha ouvido, não era só o dia dos namorados, era o aniverssário de dois anos de namoro, e ele tinha viajado sem sequer avisar. Minha vontade era jogar aqule presente no lixo na mesma hora, mas me agüentei, quem sabe poderia ser alguma coisa com sua família, então tentei ligar para ele mais uma vez já no carro, ele atendeu dessa vez, deu-me bom dia e perguntou por que ligava tão cedo, era por volta das seis e trinta da manhã, eu fiquei sem resposta, ele me chamou novamente pelo nome mas desliguei e comecei a chorar, não podia acreditar que ele esquecera de um dia tão especial. Ele ligou-me de volta, mas eu desabei, falei o quanto estava chateada, mas foi pior, ao invés de se desculpar me disse que tinha coisas mais graves pra resolver do que o dia dos namorados, ou seja, não se lembrava de nosso aniversário, uma das fazendas de seus pais pareciam ter incendiado e eu o compreendo, mas tratar nossa relação dessa forma não tinha sentido? Eu não suportei e rompi com ele mesmo por telefone, e agora estou aqui chorando, feito uma boba contando esta estória para um cara que nem conheço e tomando um chocolate que em nada muda minha situação. – Voltando a chorar ela fechou os olhos e continuou–  Desculpe, se me prolonguei, você já deve estar enjoado.
– Você não precisa, se desculpar, sabe Karine, o amor é um mistério, principalmente o amor de namorados, na verdade é quase um jogo, você começa sem saber direito se vai ganhar ou perder, é uma aposta cara cujo preço só o coração sabe o valor, as vezes não sabemos jogar e pensamos que o blefe é a solução para conseguirmos o que queremos, o problema desse jogo é que isso custa quase tudo o que o outro jogador tem. E sabe o que é pior, nem sempre sabemos que estamos blefando, ou melhor, não sabemos que custará tão cara uma coisa que parecia tão simples, e no final os dois vão sair perdendo. Não foi só você que apostou nesse jogo, ele também apostou, não posso dizer que você não tenha blefado também, mas logo vê-se que quem fez o maio blefe foi ele. No começo das apostas ele apostou o que não tinha para vencer, depois e você aceitou a aposta, ele não conseguiu sustentar pois não se dá o que não tem.
– Eu não estou entendo o que você está querendo me dizer – replicou a moça confusa fitando o executivo.
– Você não deve chorar, pelo contrário deve ficar feliz, sei que frustrou suas expectativas sobre seus planos e sobre ele, mas perceba que se vocês tivessem casado seria pior, o que normalmente acontece. O homem ou mesmo a mulher na hora da conquista mentem e criam situações que em nada representa o que eles são realmente, para poder conquistar o amor e como eu disse anteriormente as vezes nem percebem o perigo de se jogar assim, talvez ele não tenha feito por intenção, mas essa cara metade que você conheceu não era realmente ele, isso fica difícil medir, a que ponto foi original ou astuto.
– Eu não acredito que ele era tão estúpido como vinha me tratando. Ele mudou, não é possível que tenha sido tão falso. –Karine negava-se em acreditar que fosse assim.
– Talvez o nome dado a isso seja um amor platônico, em que você via nele algo que ele não era e ele fazia o possível apara ser aquilo que você desejava, e mais uma vez repito talvez não haja má intenção nele, ele se esforçou, mas a cada vez que ele negava-se, jogava um pouco de “entulho”, até que seu “paiol” não suportou mais. Pode ser que exista algo a mais, mas quase sempre isso acontece, não trata-se tudo de você mas dele, depois de um tempo, tudo aquilo que ele tinha negado de ser, voltou-se como raiva, ele podia ter sido mais original, mas talvez você não gostasse dele, me responda, você gostaria de um namorado estúpido?
– É lógico que não.
–  Aí é que está o xis da questão, não existe alguém que seja tão perfeito assim, mas ele provavelmente deduziu que você não suportaria, lembrando que isso é só uma suposição, não sei se esse é o real motivo dele ser assim, mas em partes isso é inegável, todos fantasiamos um pouco para agradar o outro, até que esse “paiol” não agüenta mais tanta negação, e ele passou tanto tempo sem trabalhar-se sobre quem ele realmente era que ele não cresceu neste período, ele talvez tenha aprendido que quem ele era não era bom.
– Entendo, você acha então que não existe mais chance entre nós dois, porquê, francamente, se ele realmente é assim, pra mim chega.
– Ele não é nem só bom nem só ruim, o que aconteceu com ele e talvez com você também, é que vocês dois frustraram vocês mesmo em busca de serem pessoas ideais, você precisa ver que existem defeitos e falhas nele, também existem em você de outra forma, o fato de ele ter estresse por algum motivo, não significa que ele precisa descontar em você. E agora linda, você amadureceu mais, sabe que ele tem defeitos, pode melhorar em muita coisa, como dar mais atenção a você e pensar na dinâmica de uma vida a dois, assim como você precisa perceber que existem defeitos em você que talvez ele não suporte, os dois precisam melhorar mas cientes de que não vivem num conto de fadas.
– Eu não tinha pensado dessa forma, então mas é difícil pensar nele assim.
– Nesse jogo Karine, você tem quatro opções, ou você aposta e corre o risco de ser feliz com ele, sem blefar, mas com dificuldades, ou você aposta blefando e perde uma hora o jogo, ou você não joga e fica como está, feliz ou não, ou então parte pra outro jogo, mas te advirto uma coisa, em outro jogo você vai correr os mesmos riscos, e mesmo que ninguém blefe, o jogo terá altos e baixos. Pois não existe alguém tão perfeito assim, se está perfeito talvez falte sinceridade. O jogo perfeito neste caso é aquele que todos sabem que nenhum dos jogadores é tão bom assim, mas aceitam jogar com ele porque no final todos saíram ganhando.
– Você falou tanta coisa que nem sei se conseguirei lembrar.
–Talvez não se lembre, mas esse jogo quem faz as regras são vocês mesmos, o importante é que haja sinceridade.
Depois da longa conversa com o rapaz, a moça não mais chorava, mas ficou admirada com a dedicação do rapaz em ajudá-la assim como sua disposição em ser sincero.
Depois de muito diálogo, ela decidiu romper definitivamente com o rapaz, pois percebeu que na verdade o casamento não era prioridade para ele, nem ela estava disposta a deixar seus estudo ou a cidade para morar na fazenda com ele, afinal não tinham casado e essa renúncia não acreditava que valeria apena pela forma que já andava a relação dos dois.
Então o café passou a se tornar um dos lugares preferidos para ela, já o empresário não mandava mais sua secretária buscar o que comer, ele mesmo descia e quando não os dois almoçavam juntos.
Essa estória não tem final aqui, mas os agora namorados sonham em se casar, num jogo sincero, de parceria, diálogo, respeito, compreensão e crescimento mútuo.
E pra você que hoje namora ou sonha em encontrar alguém para dividir seus sonhos, um feliz dia dos namorados, e um jogo honesto e sincero!!!

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Isso me faz jogar... amigos são sempre amigos!


Um jogo de esporte é apenas uma forma de exercícios não é verdade? Não responda esta pergunta agora! Na verdade não quero que responda, quero que pense sobre isso...  apenas pense.
Eu nunca gostei de jogo nenhum, e tenho meus motivos, principalmente se este envolver minha canela e meu dedinho do pé.
Jogar bola na escola era sempre um martírio, ela raramente chegava em meus pés, e quando chegava eu estava tão ansioso, que não sabia o que fazer, o que outros faziam em milésimos de segundos, fixando um jogador e chutando a bola sem “enrolar”, eu demorava vários segundos e aí quando não pegavam a boa dos meus pés, eu conseguia jogar para fora.
Era uma habilidade genuína, isso na escola, por que em casa era pior, meu primo e eu, de vez em quando, pegávamos nossa bolinha de leite jogávamos no chão e aí eu estava “tirado”, quando era bonzinho, ele deixava que eu desse alguns chutes ou alguns dribles, mas não adiantava, quando ele não estava de acordo, eu empurrava, chutava o vazio e sempre a mesma história, ele dominava, mas a questão não é esta, a questão é que, pior que chutar o vazio, era chutar a canela dele que não sei por que “raios” de motivo, meu dedinho do pé era sempre a vítima, mas não sendo bastante, conseguia sempre destroncar-lo, se não fosse de um pé seria do outro.
E se você alguma vez já destroncou um dedo, saberá que exite um ima que puxa o dedo ao sofá, mesmo que você esteja a dois palmos do móvel, ele se aproximará do dedo, isso só quando estiver machucado. Nos primeiros pensava que iria cair, o dedo dobra de tamanho e fica verde, só a aproximação das pessoas parecia uma ameaça para bater no coitadinho.
Por fim acabei criando trauma de jogar bola, quem gosta de dormir com o dedo latejando?
Aos poucos outra questão passou a ser decisiva também, a medida que tinham os jogos, eu não era chamado pois ninguém vai querer um ”mola murcha” no time não é?
E depois as cobranças eram inevitáveis, eu já ficava nervoso quando a bola chegava a mim e só piorava em pensar que iria levar um “carão” por não conseguir jogar.
Quando estava no segundo grau resolvi me arriscar novamente depois de tanto tempo, e ficar no gol, ora, já tinha superado a lerdeza e o que poderia acontecer? Pois bem acredite se quiser, quando chegaram perto do gol fui tentar tirar a bola com uma bela “bicuda” a perna foi pra cima e a outra acompanhou, imagine a sena, a bola, alguém mandou pra outro lugar e eu fiquei espatifado no chão.
Quando não, outro dia ao defender o gol, não estiquei o suficiente a mão,  então pra variar ela virou meu dedo para trás, pronto, agora tinha uma novidade, não foram só os dedos dos pés mas das mãos também.
Na verdade é normal se machucar em quadra, mas o que mais pesava pra mim eram as críticas. Quando tinha “queimada” eu jogava, não pegava a bola mas era um dos últimos a ser acertado, me defendia como ninguém.
Até que um esporte prometeu mudar esta história, resolvi jogar vôlei, já que parecia com queimada, e mais uma vez lá estava eu perdido em quadra, não entendia como eram marcados os pontos já que a bola ia pra fora e uns pontuavam, caia dentro e era a mesma história, eu tentava jogar para meus colegas quando vinha em minhas mãos, as vezes não conseguia pegar e outras pior ainda, eu não sabia quando devia levantar ou bloquear. E não preciso nem dizer que era bombardeado de críticas.
Jogar então era uma tortura, mas depois de entrar para o seminário, tive uma experiência que me surpreendeu. Considerada uma dimensão fundamental, a prática de esportes era considerada pela reitoria indispensável. Então não tinha muitas opções, ia pra quadra, mas o quanto pudesse me esquivar dos jogos, eu o faria, sabia que era importante para jogar pra fora as energias, mas ficaria mais nervoso se fosse criticado.
Então ao entrar no Seminário Maior João XXIII, de Porto Velho-RO, resolvi voltar a jogar, foi bastante tenso, meu coração disparava e a ansiedade parecia ser um cárcere, me arrisquei no vôlei pois não quero votar a destroncar meus dedos.
Confesso que nos primeiros dias continuava perdido, e “mancadas” eram o meu forte, mas aos poucos me acalmei, mas a busca da caridade que meus colegas manifestaram foi fundamental, já faz um bom tempo que jogo, sem medo, sem travamento e ansiedade, pelo contrário, sinto prazer em jogar. Percebi que o que acontece não é apenas pessoas que buscam respeitar os limites do outro, mas a vivencia deste momento como um momento entre amigos, pois quando o esporte é visto como competição, a dimensão da diversão e da alegria em estar em comunidade pode ser substituído por uma plataforma de competição, de raiva, humilhação e conseqüentemente de bulling.
Então, o fato de eu não gostar de jogos, não significa unicamente que isso “não fazia meu tipo”, tratava-se de um bloqueio e medo de errar ou decepcionar meus colegas e acredito que isso não é coisa do passado, é constante nas escolas e em muitos grupos desse tipo, sei que ficar irritado faz parte, mas isso raramente pode ajudar. Comecei a refletir sobre isto e percebi, que só aprendi as regras e melhorei minhas habilidades por não estar mais fixado em não errar, mas sem estresse ou receio,com uma preocupação natural comecei a acreditar em mim mesmo, meus colegas mesmo sabendo que eu iria errar o passe jogavam para mim ao invés de desviar, assim ao invés de me sentir reprimido, me sentia estimulado a ajudar meu time.
Por tanto, considero incrível como tem sido bom, seja pelas sensações, pelo bom humor que a prática de esportes pode causar,  pelo benéfico a saúde, sem contar com a auto estima, confiança, trabalho em equipe, interação ou até mesmo a criação de laços mais firmes na caridade e de uma amizade mais arquitetada.
A  todos que me fizeram apreciar esta prática admirável, meus sinceros agradecimentos, a Gledson Santos, Fernando Junio, Edilson Nunes, Paulo Fenando, Cristiano Amaral, Robson Costa, João Paulo, Jeferson Wenzel, Renan Amaral e todos que com paciência e caridade fazem desta etapa de minha vida, rica e inesquecível.